EXPOSIÇÃO HABITAT BRASIL
de Monica Carvalho e Klaus Schneider
Glossário de matérias-primas
Capins:
Bacuri
Nome popular: Bacuri
Nome científico: Platonia insignis Mart
Família botânica: Clusiaceae
Ocorrência: Norte, Nordeste e Centro Oeste
Biomas: Amazônia, Caatinga e Cerrado.
Árvore nativa da floresta Amazônica que pode atingir de 20 a 40 metros de altura. A espécie dá origem a um fruto de mesmo nome, de sabor agridoce e rico em potássio, fósforo, cálcio, zinco, magnésio, fibras, antioxidantes, vitamina C e vitamina A.
Até a década de 1970, no estado do Pará, o Bacuri era mais consumido do que o Cupuaçu. A situação se inverteu quando o cultivo de Bacuri começou a ser quase dependente da atividade madeireira, o que promoveu uma ampla derrubada das árvores e reduziu muito o estoque natural de plantas adultas locais.
Carrapatinho
Nome popular: Capim Carrapatinho
Nome científico: Não encontrado
Família botânica: Não encontrada
Ocorrência: Sudeste e Sul
Biomas: Mata Atlântica e Pampa.
Capim muito utilizado na confecção de bouquets, arranjos e utensílios de artesanato em geral. O capim carrapatinho dura por muito tempo quando não exposto a umidade.
Dendê
Nomes populares: Dendezeiro, Palmeira-de-dendê, Coqueiro-de-dendê
Nome científico: Elaeis guineensis
Família botânica: Arecaceae
Ocorrência: Norte
Bioma: Amazônia
O dendezeiro chegou ao Brasil com os povos escravizados. Desde então, a palmeira teve uma boa adaptação ao clima do país. Embora seja muito associado à Bahia, o maior produtor de dendê é o estado do Pará.
Fura Olho
Nomes populares: Fura-olho, Espeta-joelho, Espeta-cú
Nome científico: Não encontrado
Família botânica: Poacea
Ocorrência: Minas Gerais
Bioma: Mata Atlântica
Popularmente conhecido como “fura-olho”, “espeta-joelho” e “espeta-cú”, devido a sua ponta extremamente afiada. É um capim muito longo e todas as suas partes são aproveitadas.
Mão-de-sapo
Nomes populares: Capim-calandrini, Capim-pé-de-galinha-verdadeiro, Pé-de-galo
Nome científico: Dactyloctenium aegyptium
Família botânica: Poaceae
Ocorrência: Sudeste, Norte, Nordeste, Centro-Oeste.
Biomas: Mata Atlântica, Amazônia, Caatinga e Cerrado
Este capim assemelha-se plasticamente ao pé de galinha. Aveludado, de tom verde azeitona, também se parece com coral.
Ourinho
Nomes populares: Capim do cerrado, Capim perdiz e Rabo-de-raposa.
Nome científico: Poaceae axonopus
Família botânica: Poaceae
Ocorrência: Norte, Nordeste, Centro Oeste, Sudeste e Sul
Biomas: Amazônia, Cerrado, Mata Atlântica e Pampas
Capim em forma de V, de cor âmbar aveludado, quando agrupados formam um bouquet que se assemelha a um pompom.
Papiro-brasileiro
Nomes populares: Papiro
Nome científico: Cyperus giganteus
Família botânica: Cyperaceae
Ocorrência: Todo território brasileiro.
Biomas: Amazônia, Mata Atlântica, Pantanal, Pampa, Caatinga e Cerrado.
Engana-se quem acredita que este é o papiro utilizado pelos egípcios. Na verdade, essa planta é brasileira, mas é muito parecida com o Cyperus papyrus, o papiro verdadeiro. Apresenta hastes longas com uma cabeleira de folhas finas nas pontas.
Em paisagismo é cultivado com a base submersa em jardins aquáticos. Papiros plantados no chão se espalham por rizomas subterrâneos muito grossos como o bambu.
Prata
Nomes populares: Capim Prata, Capim Pubo, Capim Telha, Capim Platinado
Nome científico: Não encontrado
Família botânica: Não encontrada
Ocorrência: Sudeste
Bioma: Mata Atlântica
Gramínea natural da Serra do Espinhaço, encosta de Diamantina. Ocorre em abundância no inverno. Os escravos garimpeiros utilizavam-no como telhado das cabanas que os abrigavam do frio e do sereno. Por isso também é conhecido como Capim Telha ou Capim Pubo.
Priprioca
Nomes populares: Priprioca
Nome científico: Cyperus articulatus
Família botânica: Cyperaceae
Ocorrência: Norte
Bioma: Amazônia
Parente do junco e do papiro, suas raízes liberam uma fragrância leve, amadeirado e picante com notas florais. Seu óleo essencial tem cor avermelhada bastante valorizado na indústria farmacêutica e cosmética.
Suas fibras e o caule rizoma são utilizados no artesanato, pois além do perfume exuberante, os produtos são resistentes ao mofo. Dentre seus principais componentes temos o limoneno, cineol, miternal, espatulenol e óxido-cariofileno.
Samambaia
Nomes populares: Samambaia do campo, Samambaia das taperas, Pluma grande
Nome científico: Pteridium aquilinum
Família botânica: Davalliaceae
Ocorrência: Sul e Sudeste
Biomas: Pampas e Mata Atlântica
A Samambaia-do-campo, também chamada Samambaia-das-taperas, Samambaia-das-queimadas, Avencão, ou simplesmente “Samambaia” é uma espécie perene, com rizoma profundo e muito ramificado. O desmatamento e a transformação de extensas áreas para uso pecuário e agrícola têm contribuído para a disseminação da Samambaia-do-campo.
Sempre Viva
Nomes populares: Sempre-viva, Flor-de-papel, Flor-de-palha.
Nome científico: Xerochrysum bracteatum
Família botânica: Asteraceae
Ocorrência: Centro Oeste
Bioma: Cerrado
A Sempre-viva é famosa por suas inflorescências que se mantém viva mesmo depois de colhidas e secas. Ela é amplamente comercializada e cultivada em diversas regiões do mundo.
Vassourinha
Nome popular: Capim vassourinha
Nome científico: Não encontrado
Família botânica: Não encontrada
Ocorrência: Sudeste
Bioma: Mata Atlântica
No interior de Minas Gerais, eles são muito populares. A forma de amarração varia de acordo com a habilidade e capricho daqueles que confeccionam as vassouras, mas as a função é sempre a mesma: varrer para limpar e afastar o mau agouro. O capim é conhecido por “vassourinha” já que no interior ele é utilizado para a confecção das mesmas.
Vermelho
Nomes populares: Capim Vermelho, Pasto-branco e Ponta-de-lança
Nome científico: Andropogon glaucescens
Família botânica: Poacea
Ocorrência: Minas Gerais
Bioma: Mata Atlântica
Capim-vermelho é o nome popular de uma planta da família das Poáceas, também chamado de Pasto-branco e Ponta-de-lança. Ocorre com mais frequência na Serra do Cipó, Minas Gerais.
Fibras:
Bambu
Nome popular: Bambu
Nome científico: Bambusa oldhamii
Família botânica: Poaceae
Ocorrência: Norte
Biomas: Amazônia
É uma planta tropical renovável e que se produz anualmente de maneira rápida e sem a necessidade de replantio. Apresenta grande potencial agrícola e é utilizado em diferentes áreas industriais, com predominância na produção de alimentos, fabricação de papel, assim como aplicações em engenharia e na química.
Existem mais de 1300 espécies espalhadas pelo mundo, só no Brasil encontramos 258 delas. Sua fibra extraída de uma pasta celulósica, se caracteriza pela sua característica homogênea e pesada e seu aspecto suave e reluzente, parecidos com os da seda.
Buriti
Nomes populares: Carandá-guaçu, Coqueiro-buriti, Palmeira-do-brejo, Miriti
Nome científico: Mauritia flexuosa
Família botânica: Palmae
Ocorrência: Todo território nacional, com predominância no Norte e Nordeste
Biomas: Amazônia, Cerrado, Caatinga, Pampas, Pantanal e Mata Atlântica
Palmeira de porte elegante, folhas grandes, dispostas em leque. Amplamente usado no artesanato. Sua sombra está sempre próxima da água, onde as mulheres se reúnem, lavam roupa, tomam banho e trocam prosas.
Crina de Cavalo
Nome popular: –
Nome científico: –
Família botânica: –
Ocorrência: Sul
Bioma: Pampas
No início do inverno é feita a tosa dos cavalos, uma prática benéfica ao animal. As crinas são suaves e macias e são excelentes para feitura de vassouras.
Paina
Nomes populares: Sumaúma, Barriguda, Paina-de-seda, Paineira-branca, Paineira-rosa, Árvore-de-paina, Árvore-de-lã, Paineira-fêmea
Nome científico: Ceiba speciosa
Família botânica: Malvaceae
Ocorrência: Nordeste, Centro-Oeste, Sudeste e Sul
Biomas: Caatinga, Cerrado, Mata Atlântica, Pampas e Pantanal
Árvore de até 30 metros de altura, tronco cinzento-esverdeado com estrias fotossintéticas e fortes acúleos rombudos, muito afiados nos ramos mais jovens. As folhas são compostas palmadas e caem na época da floração. Suas flores são grandes, com cinco pétalas rosadas, pintas vermelhas e bordas brancas. Os frutos são cápsulas verdes, que quando maduras, desabrocham expondo as sementes envoltas em fibras finas e brancas que auxiliam na flutuação, são chamadas paina.
A paina é uma fibra natural semelhante ao algodão, fina e sedosa, mas pouco resistente. É usada como enchimento para colchões e travesseiros. Estudos estão em curso para avaliar meios de tornar a fibra da paina viável como matéria-prima para tecidos de roupa. Com a tecnologia atual, sua utilização para tal fim é inviável devido ao fato de a fibra ser curta, o que resulta em fios de má qualidade. Dentro de sua fibra, possui uma semente que pode ser torrada e depois consumida para alimentação humana. Uma grande paineira pode deixar um tapete branco de paina caída aos seus pés no final da época de frutificação.
Rami
Nome popular: Rami
Nomes científico: Boehmeria nivea
Família botânica: Urticaceae
Ocorrência: Paraná e Nordeste
Biomas: Caatinga e Mata Atlântica
Planta herbácea perene que cresce até 3 metros, suas folhas têm forma de coração, com 7 a 15 cm de comprimento, brancas na sua face inferior. É uma planta têxtil, sua fibra longa, com média 150 a 200 milímetros de comprimento. O processo de beneficiamento é constituído da descortinagem e da desgoma. Em termos de processo produtivo, esta cultura apresenta baixo padrão tecnológico, sendo bastante intensiva no uso de mão de obra, do qual exige muito esforço físico.
O rami pode ser utilizado em diversos segmentos, na fabricação de tecidos, cordas e barbantes, assim como reforço interno de pneus, mangueiras e paraquedas. Pode gerar a celulose para a produção de papel moeda, devido à sua resistência.
Por ser abrasivo, exige mais processos para torná-lo mais agradável ao toque. É comercializado como “linho rami” e tem boa aceitação no mercado, sendo um substituto com menor qualidade.
O fio de rami tem alta resistência e aparência rústica, bastante comum no artesanato.
Renda Bananeira
Nomes populares: Bananeiras, Figueiras-de-adão, Pacobeiras ou Pacoveiras
Nome científico: Musa spp
Família botânica: Musaceae
Ocorrência: Em todo território brasileiro
Biomas: Amazônia, Caatinga, Cerrado, Mata Atlântica, Pampas e Pantanal.
Planta típica das regiões tropicais úmidas, existem cerca de 50 espécies de Musa utilizadas pelo ser humano de diferentes formas. Caracterizam-se por um caule suculento, um “falso” tronco formado pelas bainhas superpostas das suas folhas. Estas são grandes, de coloração verde-clara, brilhantes e de forma oblonga ou elíptica. As flores dispõem-se numa espiga terminal, em torno do chamado “coração” ou “umbigo” da bananeira. Apresenta ainda brácteas em forma de espata. O fruto conhecido como banana, na verdade é uma pseudobaga.
As fibras utilizadas para o artesanato são bainhas foliares extraídas do tronco da bananeira (pseudocaule). São recortadas em tiras longitudinais e colocadas para secar. As mais finas são utilizadas para acabamento, costura e adorno. Quanto às mais grossas, são empregadas em elaborações mais rústicas. Há também as fibras interna que são menos resistentes, a fibra vazada e a fibra raspada, muito resistente. As fibras são usadas na tecelagem, cestaria e trançados, transformando-se em tapetes, esteiras, cestos, bandejas, acessórios femininos, revestimentos como cortinas, assentos de cadeiras e objetos diversos de decoração.
O aproveitamento do resíduo como fonte de matéria-prima é uma alternativa de preservação do meio ambiente, assim como alternativa de renda para comunidades produtivas.
Piaçava
Nomes populares: Piaçava, Piaçaba, Piaçá, Coqueiro-piaçaba, Japeraçaba, Pau-piaçaba, Piaçabeira, Piaçaveira
Nome científico: Attalea funifera e Leopoldinia piassaba
Família botânica: Arecaceae
Ocorrência: Norte e Bahia (Nordeste).
Biomas: Amazônia e Mata Atlântica.
Nome de origem tupi, já usado pelos indígenas, foi até citado na carta de Pero Vaz de Caminha.
Piaçava, piaçaba, piaçá, coqueiro-piaçaba, japeraçaba, pau-piaçaba, piaçabeira, piaçaveira e vai-tudo são os nomes populares de duas espécies (Attalea funifera e Leopoldinia piassaba) de palmeira cujas fibras (que se localizam na base das folhas) são utilizadas na fabricação de vassouras.
Attalea funifera é nativa da Bahia, no Brasil, e Leopoldinia piassaba é nativa da Amazônia. O nome tem origem na língua tupi, seu uso começou com os indígenas, sendo citado na carta de Pero Vaz de Caminha que descreve casas cobertas de palha. A Piaçava segue sendo utilizada em alguns lugares, mas a Bahia é o local principal, sendo responsável por 95% do total da produção nacional das fibras.
Fibra da base de uma palmeira coletada manualmente, ela é desembaraçada, arrumada, cortada e depois amarrada formando um tamborete.
Raque de Palmeira
Nomes populares: Raque de Palmeira
Nome científico: Não encontrado
Família botânica: Arecáceae palmae
Ocorrência: Todo território nacional
Biomas: Amazônia, Cerrado, Mata Atlântica, Pantanal, Caatinga e Pampas.
As folhas das palmeiras são divididas em quatro partes: a bainha é a parte que liga a folha ao estipe; o pecíolo, que liga a bainha ao limbo; o limbo é a parte da folha que produz energia (fotossíntese); e os raques formam o eixo principal do limbo, ou seja, a estrutura que suporta os frutos.
Sisal
Nomes populares: Sisal, Agave
Nome científico: Agave sisalana
Família botânica: Agavaceae
Ocorrência: Paraíba e Bahia (Nordeste)
Biomas: Caatinga e Mata Atlântica
Do sisal utiliza-se principalmente a fibra das folhas que, após o beneficiamento, é destinada majoritariamente à indústria de cordoaria. Planta originária do México que foi introduzida na Bahia, em 1903.
Os principais produtos são os fios biodegradáveis utilizados em artesanato; no enfardamento de forragens e cordas de várias utilidades, O sisal também é utilizado na produção de estofos; pasta para indústria de celulose; produção de tequila; tapetes decorativos; remédios; biofertilizantes; ração animal; adubo orgânico e sacarias.
Uma fibra sintética demora até 150 anos para se decompor no solo, enquanto a fibra do sisal torna-se um fertilizante natural em poucos meses.
Tururi
Nomes populares: Tururi, Cipó-de-timbó
Nome científico: Manicaria saccifera
Família botânica: Sapidáceae
Ocorrência: Bacia do Rio Negro, Amazônia.
Bioma: Amazônia
Fibra natural vegetal, resistente e flexível, envolve os frutos de uma palmeira chamada Ubuçú. Apreciada por sua durabilidade, impermeabilidade e resistência. Antes de ser utilizada a fibra passa por um processo de amaciamento através da lavagem em água corrente para retirada de impurezas.
Extraída dos cachos que pendem da palmeira do Ubuçú, o tururi é conhecido por características como: durabilidade, impermeabilidade e resistência. Esta fibra é utilizada constantemente pela população tradicional amazônica e por artesãos.
Sementes e frutos:
Açaí
Nomes populares: Açaí
Nome científico: Euterpe oleracea ou Euterpe precatoria
Família botânica: Arecaceae
Ocorrência: Norte, Nordeste e Sudeste
Biomas: Amazônia, Caatinga e Mata Atlântica.
Açaí vem do tupi “yasa’i”, “fruta que chora” “terra”, em referência ao suco tirado de seu fruto bacáceo de cor roxa, muito utilizado na confecção de alimentos e bebidas.
O açaí é um alimento muito importante na alimentação da população do Norte do país, onde seu consumo vem dos tempos pré-colombianos. Nos dias de hoje é cultivado não só na Região Amazônica, mas em muitos outros estados brasileiros. Os estados do Pará, Amazonas e Maranhão são os maiores produtores da fruta e juntos são responsáveis por mais de 85% da produção mundial.
Arara-Tucupi
Nomes populares: Arara-tucupi, Tucupi, Paricá, Visgueiro, Faveira-benguê, Faveira-pé-de-arara
Nome científico: Parkia multijuga Benth
Família Botânica: Mimosoideae
Ocorrência: Bahia, Espírito Santo e região Amazônica.
Biomas: Amazônia e Mata Atlântica
Belas folhas e muitos galhos formam a larga copa da arara-tucupi, árvore que chega a atingir entre 20 e 30 metros de altura. Típica da região Amazônica, mas correndo também no sul da Bahia e norte do Espírito Santo. Se adapta em áreas de terra firme da floresta e da várzea alta de solo arenoso. Sua madeira é macia e pesada, utilizada na construção civil e na produção de móveis e objetos simples, caixotaria e brinquedos.
A Arara-tucupi cresce muito rapidamente, o que a torna bastante apropriada para a recuperação vegetal de áreas degradadas. Os frutos quando amadurecem, ainda ficam algum tempo pendurados nas árvores e só devem ser colhidos após começarem a cair espontaneamente. Após a colheita, devem secar ao sol para auxiliar na abertura da vagem e retirada as sementes.
Babaçu
Nomes populares: Babaçu, Bauaçu, Baguaçu, Auaçu, Aguaçu, Palha-branca, Coco-pindoba, Coco-de-palmeira, Coco-de-macaco
Nome científico: Attalea speciosa
Família botânica: Arezaceae
Ocorrência: Norte, Nordeste e Centro-Oeste
Biomas: Amazônia, Cerrado e Mata Atlântica
Palmeira robusta que pode chegar até 20 metros de altura. Suas flores são de sexos separados, com ramos florais volumosos, podendo apresentar até 6 cachos por planta e sustentados por um pêndulo.
Considerada a maior fonte mundial de óleo silvestre para uso doméstico e também industrial. É um dos principais produtos de origem extrativista do Brasil, o que contribui para a economia de alguns estados brasileiros, assim como para milhares de família, em grupos conhecidos como quebradeiras de coco babaçu.
O lenho do Babaçu é usado na construção de casas, ou como adubo, quando apodrecido. Suas folhas são utilizadas na cobertura, em paredes, portas e janelas. O leite do babaçu e o óleo extraído de suas amêndoas são usados na alimentação, a farinha do mesocarpo é um complemento alimentar rico em amidos e sais minerais. Da casca do coco são produzidos o carvão e a palha utilizada no artesanato e em cosméticos.
Baru
Nomes populares: Coco-pereba, Coco-barata, Baru, Barujo, Bugueiro, Cambaru, Casatanha-de-bugre, Cumaru
Nome científico: Dipteryx alata
Família Botânica: Fabaceae
Ocorrência: Centro-Oeste e Sudeste.
Biomas: Cerrado e Mata Atlântica.
É o fruto do Baruzeiro, árvore nativa do Cerrado brasileiro. Pode alcançar até 25 metros de altura. Seu fruto é protegido por uma dura casa e, no interior, encontra-se uma amêndoa de sabor parecido com o amendoim.
Bolsa-de-pastor
Nomes populares: Bolsa-de-pastor, Bucho-de-carneiro, Ipê-felpudo, Camaruçu
Nome científico: Zeyheria tuberculosa
Família botânica: Bignoniaceae
Ocorrência: Centro Oeste
Bioma: Cerrado
Árvore ornamental que chega a ter de 15 a 23 metros de altura, sua elegância é muito apropriada ao paisagismo. Sua madeira apresenta forma regular, utilizado em mobiliário. Muito utilizada em reflorestamento pela rapidez no crescimento. Seu tronco é leve e resistente e fornece uma madeira durável, própria para a confecção de cabos de ferramentas e instrumento agrícolas.
O fruto tem um aspecto de cuia, que parece uma bolsinha, por isso o seu nome popular. Quando se abre em dois, pode se transformar em belas peças. Ele pode medir de 5 a 15 centímetros, é espinhoso, áspero e poeirento.
Buriti
Nomes Populares: Buritizeiro, Palmeira-dos-brejos, Carandá-guaçu
Nome científico: Mauritia flexuosa
Família botânica: Arecaceae (Palmae)
Ocorrência: Centro-Oeste, Nordeste e Minas Gerais
Biomas: Mata Atlântica e Cerrado.
Esta espécie de palmeira amazônica se desenvolve em terrenos baixos com grande oferta de água, como margens de rios, áreas brejosas ou permanentemente inundadas, formando aglomerações de plantas chamados de buritizais.
Pode alcançar até 35 metros, são usados para coberturas de casas ou produção do artesanato. Suas folhas, que podem ter entre 3 e 5 metros de comprimento por dois a 3 metros de largura.
Cabaça
Nomes Populares: Cabaça-amargosa, Cabaça-de-romeiro, Cabaça-purunga, Cocombro, Cuia, Cuietezeira
Nome científico: Lagenaria vulgaris
Família botânica: Cucurbitaceae
Ocorrência: Todo território brasileiro
Biomas: Amazônia, Caatinga, Cerrado e Mata Atlântica.
A cabaça foi uma das primeiras plantas cultivadas no mundo, não apenas para uso na alimentação, mas para ser utilizada como um recipiente de água. A cabaça pode ter sido levada da África para a Ásia, Europa e Américas no curso da migração humana, ou por sementes que flutuaram através dos oceanos dentro da cabaça. Provou-se que estava no Novo Mundo antes da chegada de Cristóvão Colombo ao mesmo, em 1492.
Com folhas vigorosas, em meio das quais despontam belas e vistosas flores, a cabaça se garante como planta ornamental. O fruto, quando verde e pequeno é amargo e suculento, mas em Minas, picadinho e depois de ficar de molho é comestível. A polpa do fruto é purgativa e emoliente. O uso do fruto maduro vira vasilhame, cuia, instrumento musical e peças decorativas de artesanato.
Folha do Cacau
Nome popular: Cacaueiro
Nome científico: Theobroma cacao
Família botânica: Malvaceae
Ocorrência: Norte, Nordeste e Espírito Santo
Biomas: Amazônia, Caatinga, Cerrado e Mata Atlântica
O cacaueiro é a árvore perenifólia que dá origem ao fruto cacau, originário do Brasil. Pode chegar até 20 metros de altura. As folhas do cacaueiro são grandes e apresentam formato oval. O caule é ereto, sendo o local de onde saem os ramos e as flores. As flores por sua vez, possuem cálice com cinco sépalas brancas. As flores são hermafroditas e a polinização é realizada por insetos.
O cacau é a principal matéria-prima do chocolate, feito por meio da torra e moagem das suas amêndoas secas em processo industrial ou caseiro. Além do chocolate, as sementes podem ser utilizadas na produção do cacau em pó, manteiga de cacau, muito utilizada na indústria farmacêutica e cosmética. Sua polpa é consumida na fabricação de geleias, licores, vinho e suco. A casca é aproveitada na fabricação de alimentos para o gado e sua folha pode ser utilizada no artesanato.
Canoinha
Nome popular: Canoininha
Nome científico: Marsdenia sp
Família botânica: Apocynaceae
Ocorrência: Amazônia
Bioma: Amazônia
A origem da canoinha é incerta, segundo o site alemão Natuerlichbasteln atribui o nome científico de Funtumia elástica e diz tratar-se de uma seringueira de origem africana, cujos frutos, secos e em forma de cápsulas, se chamam “dinjango”. No entanto, pela descrição do site, o tal django é igual à nossa canoinha brasileira.
A canoinha é um folículo, ou seja, um fruto seco com apenas uma folha carpelar, que ao se abrir, apresenta uma só fenda. Medindo entre nove e quinze de comprimento, e três a quatro centímetros de largura. Ele se abre quando está maduro para liberar a sementes e adquire formato de canoa.
Capa-coco
Nomes Populares: Capa-coco
Nome científico: Espata (nome genérico: bráctea)
Família botânica: Arecaceae
Ocorrência: Onde houver palmeiras
Biomas: Todos que tiverem palmeiras
Capa-coco ou bráctea peduncular é um componente de praticamente todas as espécies de palmeira. De consistência mais rígida do que as folhas é um tipo de sustentáculo das flores de palmeira, tendo a função de proteger todo o processo de floração. Sua primeira função é se manter fechado por um tempo, se abrindo lentamente e no sentido longitudinal, quando chega a hora de expor a floração. Sua aparência depende da espécie de palmeira a que pertence. Por fora elas têm uma série de linhas reticuladas, fininhas e simétricas, no sentido longitudinal. Por dentro, tem textura lisa e brilhosa. Seu interior côncavo e suas diversas formas sugerem múltiplas utilizações.
Carnaúba
Nomes Populares: Carnaubeira e Carnaíba
Nome científico: Copernicia prunifera
Família botânica: Arecaceae
Ocorrência: Nordeste
Bioma: Caatinga
“Carnaúba” e “carnaíba” provêm do tupi karana’iwa, que significa “árvore que arranha”, devido à camada de espinhos que cobre a parte inferior do seu tronco. Escritores como Mário de Andrade, José de Alencar e Euclides da Cunha destacaram sua beleza em suas obras
É árvore-símbolo do Estado do Ceará e do Estado do Piauí, conhecida como “árvore da vida”, segundo o naturalista Humboldt, pois todas as suas partes são aproveitadas. Suas raízes são medicinais, os frutos são um rico nutriente para a ração animal. A madeira avermelhada é muito resistente e de qualidade, usada em construções. Suas palhas são usadas na produção artesanal, assim como adubação do solo e extração de cera, um insumo valioso que entra na composição de diversos produtos industriais.
Castanha-do-pará
Nomes populares: Castanha-do-pará, Castanheira, Castanha-do-Brasil, Noz amazônica
Nome científico: Bertholletia excelsa
Família botânica: Lecythidaceae
Ocorrência: Norte e Centro-Oeste
Biomas: Floresta Amazônica
Embora seu nome mais popular seja “castanha-do-pará”, essa castanheira, chamada cientificamente Bertholletia excelsa é uma árvore alta, nativa em toda Região Amazônica – incluindo Brasil, Peru, Colômbia, Equador, Bolívia, Guiana, Suriname, Venezuela e Guiana Francesa – e cultivada até em pomares domésticos de todos os estados brasileiros, por isso é conhecida no exterior como castanha-do-brasil. Trata-se de um dos mais importantes produtos de exportação da Amazônia e é símbolo da bandeira do Acre.
Cedro
Nomes populares: Cedro-rosa, cedro-vermelho, cedro-brasileiro.
Nome científico: Cedrela odorata
Família botânica: Meliaceae
Ocorrência: Norte, Nordeste, Sudeste e Sul
Biomas: Floresta Amazônica e Mata Atlântica
Árvore da família das meliáceas, possui ampla distribuição. No Brasil, encontra-se nos biomas de Floresta Amazônica e Mata Atlântica principalmente no Sul da Bahia e Norte do Espírito Santo.
Chega a atingir 35 metros de altura, possui caule rugoso. Suas flores são amarelo-pálidas e aparecem de janeiro a maio. Os frutos são capsulares deiscentes. Suas folhas possuem formato de lâmina. Usa-se o óleo essencial na perfumaria.
A madeira caracteriza-se pelo cerne vermelho, de excelente qualidade pode ser usado para fins de carpintaria, construção naval e aeronáutica e também muito utilizada e apreciada na produção de mobília.
Chapéu-de-Napoleão
Nomes populares: Noz-de-cobra, Cervera, Acaimirim, Auaí-guaçu
Nome científico: Thevetia peruviana
Família botânica: Apocynaceae
Ocorrência: Norte, Nordeste, Centro-Oeste e Sudeste
Bioma: Amazônia, Cerrado, Mata Atlântica e Pantanal
Este arbusto bastante utilizado no paisagismo é muito venenoso; a ingestão de qualquer parte – cascas, flores ou frutos – provoca intoxicação, queimadura na pele, parada cardíaca e até a morte.
As flores são muito bonitas, tubulares, perfumadas, de coloração laranja ou amarela. Os frutos são do tipo drupa e muito atrativos, de formato subgloboso, como uma castanha, com duas a quatro sementes grandes e tóxicas. Ocorrem ainda variedades de flores brancas ou róseas. O nome vem de formato do fruto, que se assemelha ao típico chapéu do imperador francês. Pode chegar a 4 metros de altura.
Cinzeiro
Nomes populares: Cinzeiro, Fruta-de-tucano, Pau-de-tucano, Rabo-de-arara, Canela-santa, Amarelinho, Pau-doce
Nome científico: Vochysia tucanorum mart
Família botânica: Vochysiaceae
Ocorrência: Norte, Sudeste e Centro-Oeste
Biomas: Amazônia, Cerrado e Mata Atlântica
Cinzeiro é uma árvore de copa arredondada, que chega a ter oito a 12 metros de altura. Ela tem um longo período de florescimento e fica repleta de flores amarelas, em cachos voltados para cima, o que a torna especialmente apropriada para ações de paisagismo. Embora tenha crescimento lento, ela se presta aos reflorestamentos heterogêneos, pois se adapta bem a terrenos arenosos e pobres. O tronco é coberto por uma casca acinzentada e a madeira é leve, macia e vulnerável às intempéries, servindo como lenha para caixotaria e confecção de brinquedos.
Os frutos são capsulas que protegem as sementes e se abrem espontaneamente para liberá-las. Tendo um formato, tem três gomos marrons que, ao se abrirem, revelam um interior bem mais claro, ao mesmo tempo em que unem as faces até então externas, quase fechando-as.
Coco
Nomes populares: Coco, Coco-da-baía, Coqueiro, Coqueiro-da-bala
Nome científico: Cocos nucifera L
Família botânica: Arecaceas
Ocorrência: Nordeste
Bioma: Mata Atlântica
Não se sabe ao certo a origem do coco, muitos dizem que é nativo da Polinésia, da Índia, do Havaí ou até do Brasil. Alguns acreditam que ele chegou aqui trazido pelas correntes marítimas, já que o fruto, que funciona como semente, flutua. Mas parece que o coco do Nordeste brasileiro é o único que apresenta três furinhos no endosperma, o que indicaria ser nativo daqui. O fato é que o mundo inteiro conhece o coco e é esse seu nome em quase todas as línguas.
O coqueiro se adapta melhor em beira de praia, em ambientes salinos e de restinga. Existem os grandes, que chegam a 20, 25 metros de altura, excelentes para paisagismo e os anões, preferidos dos produtores porque dão muitos frutos por ano, fáceis de colher.
A madeira do coqueiro é pesada e, quanto mais velha, mais resistente. É usada em pilastras de cais pesqueiros e na fabricação de objetos como bengalas e pequenos móveis. A fibra é usada na confecção de cordas, tapetes, redes e vassouras. A casca da amêndoa, cuja durabilidade é total dependendo da forma como é cortada, se transforma em incontáveis peças artesanais, desde vasos, contas perfuradas, anéis, pingentes, até cuias decorativas, cortinas e esculturas.
Coco-macaúba
Nomes populares: Coco-baboso, Coquinho-de-catarro, Coco-de-espinho, Macaúba, Bocaiuva
Nome científico: Acrocomia aculeata
Família botânica: Arecaceas
Ocorrência: Norte, Nordeste, Centro-Oeste e Sudeste
Biomas: Amazônia, Cerrado e Mata Atlântica
Esta palmeira pode ser encontrada em quase todo o Brasil, seu nome significa “coco amarelo” em tupi-guarani. A presença da palmeira de macaúba sinaliza solos férteis. Seu cacho pesa até 60 quilos e os frutos são importantes para a fauna nativa, pois alimentam araras, cotias, capivaras, antas e emas.
Seu aproveitamento é total: do fruto até a madeira. A polpa e a farinha são retiradas de seus frutos, ricos em vitamina A e betacaroteno e podem ser usadas para fazer sucos, bolos, sorvetes e doces. As folhas são utilizadas na confecção de redes e linhas de pescaria. Sua madeira pode ser aproveitada para a construção de casas.
Cortiça
Nomes populares: Sobreiro, Sobro, Sobreira, Chaparro
Nome científico: Quercus suber
Família botânica: Fagaceae
Ocorrência: Centro-Oeste
Bioma: Cerrado
O sobreiro demora cerca de 25 anos para que sua casca atinja a espessura ideal para a extração. A cortiça é a própria casca da árvore, formada por um tecido celular homogêneo, elástico, impermeável e isolante térmico. É leve e tem um grande poder isolante, sua composição é rica em suberina, substância líquida e gordurosa, que se acumula na parede celular.
É utilizada como matéria-prima nobre para revestimento de solos, isolante térmico e acústico. Na fabricação de instrumentos musicais, em artigos de decoração, calçados e no setor industrial de diversos segmentos, como automóveis, bebidas, construção, alvenaria e decoração.
Flamboyant
Nomes populares: Flamboiã, Acácia-rubra, Árvore flamejante, Flor-do-paraíso, Pau-rosa
Nome científico: Delonix regia
Família botânica: Fabaceae
Ocorrência: Em todos o território brasileiro, especialmente no Sudeste
Biomas: Todos, especialmente na Mata Atlântica
A fama do flamboyant é de ser a árvore mais bonita do mundo. Sua copa, em forma de guarda-chuva, chega a ser maior do que o comprimento da árvore – que atinge cerca de 12 metros de altura – e, quando as flores aparecem, vermelhas e brilhantes (às vezes alaranjadas ou amarelas), ocupam inteiramente o lugar das folhas. Daí a origem do nome, ou seja, flamejantes.
É de origem africana, Madagascar, mais especificamente e das ilhas do Oceano Índico – o flamboyant se adaptou muito bem no solo brasileiro, podendo ser encontrado em qualquer parte do país.
Com toda sua beleza, o flamboyant reina poderoso no paisagismo, mas devido a sua raíz é indicado que seja plantado em lugares espaçosos, como parques, praças e jardins.
Seus frutos são enormes favas, lenhosas e geralmente planas que, embora fiquem o ano todo na árvore, só devem ser retiradas no período em que não são flores, para não prejudicar a fase em que impera a beleza da cor.
Fruto-moeda
Nomes populares: Arapari, Iperena, Ipê-de-várzea
Nome científico: Macrolobium bifolium
Família botânica: Leguminosae
Ocorrência: Norte
Bioma: Amazônia
O fruto-moeda é uma árvore que atinge de cinco a dez metros de altura e ocorre na beira de rios, em mata pluvial de várzeas na Amazônia. Suas flores são brancas e os frutos são do tipo vagem. Eles aparecem maduros na época de cheia de rios e, ao caírem na águam servem de alimento aos peixes. Como produzem grande quantidade de sementes, as árvores de fruto-moeda costumam ser plantadas em regiões devastadas nas ações de reflorestamento.
O fruto moeda é um exemplo de semente que, uma vez furada, vai se deteriorando em virtude da ação do oxigênio em seu núcleo. Os primeiros sinais de desgaste, ou seja, do pó que ela passa a soltar, começam a aparecer cerca de dois anos depois da furação, mas a peça artesanal feita com ela vai durar mais tempo. Por outro lado, com o uso e com o tempo, o fruto-moeda tem a peculiaridade de ficar cada vez mais brilhante e mais bonito.
Guapuruvu
Nomes populares: Guarapivu, Bacurubu, Pau-de-vintém, Pau-de-tamanco, Birosca
Nome científico: Schizolobium parahyba
Família botânica: Favaceae
Ocorrência: Nordeste, Sudeste e Sul.
Bioma: Mata Atlântica.
Planta característica da Mata Atlântica de 20 a 30 metro de altura, símbolo do Vale do Paraíba e de Florianópolis, muito utilizada na construção de canoas artesanais em considerável parte do litoral brasileiro.
Suas flores são cachos amarelos voltados para o céu, os galhos são frágeis e caem em dias de vento forte. Do ronco se tira uma madeira leve que não enfrenta bem as intempéries, mas é utilizada como recheio de portas e painéis internos e na fabricação de brinquedos, saltos de sapatos e caixotaria. Os frutos caem espontaneamente e, de dentro deles, as sementes devem ser retiradas manualmente. Elas são lisas, brilhantes, achatadas, compactas e podem ser armazenadas por longo tempo sem se deteriorar.
Imbiruçu
Nome populares: Imbiruçu, Embiruçu-da-mata, Paina-do-arpoador
Nome científico: Pseudobombax grandiflorum
Ocorrência: Nordeste, Centro-Oeste, Sudeste e Sul.
Biomas: Cerrado e Mata Atlântica.
As sementes do imbiruçu aparecem envoltas por muitas plumas sedosas. É muito utilizada em paisagismo, nasce principalmente à beira de rios em várzea e tolera bem a insolação direta. As folhas são muito apreciadas pelos macacos-prego, a madeira é muito susceptível ao ataque de cupins, é usado em caixotaria leve, miolo de compensados, muletas, painéis e outros objetos pequenos. Os frutos devem ser colhidos diretamente da árvore quando começarem a se abrir espontaneamente, o que, graças às painas falsas, se percebe facilmente. Depois de colhidos, devem ser expostos ao sol para acabar de abrir e soltar as sementes.
No artesanato são muito usados os caules e cálice da flor. Aliás, a flor, que parece um pequeno chafariz é muito frágil, tanto que fica envolvida em uma cápsula até o momento de abrir. Em compensação, o caule e o cálice, depois de secos, ficam rígidos e aveludados.
Inajá
Nomes populares: Inajá, Anajá, Coqueiro-anaía, Inajazeiro
Nome científico: Maximiliana maripa
Família botânica: Arecaceae
Ocorrência: Norte, Centro-Oeste e Maranhão
Biomas: Amazônia e Cerrado
Provavelmente nativa da Região Amazônica, Inajá é uma palmeira que ocorre no interior da floresta de terra firme e em áreas abertas. Alcança até 20 metros de altura e possui estipe anelado, com palmito nobre. Folhas dispostas em cinco direções e inflorescências interfoliares. Os frutos do Inajá têm uma polpa suculenta e comestível, possuem uma amêndoa de onde se pode extrair um óleo amarelo, que pode chegar até 4.000 litros por hectares, utilizado em cosméticos, produtos farmacêuticos, rações e na indústria alimentícia.
As comunidades indígenas utilizam o Inajá há tempos, tanto como alimento, como as folhas para fazer paredes e coberturas, e os pecíolos (que sustentam as folhas) fazem pontas de flechas. O nome Inajá refere-se provavelmente à figura folclórica da indígena Inajá, símbolo da beleza que reina nos bosques e nas matas.
Jarina
Nomes Populares: Jarina, Tagua ou Marfim-vegetal
Nome científico: Phytelephas macrocarpa
Família botânica: Arecaceae
Ocorrência: Norte
Bioma: Amazônia
É uma palmeira de baixa estatura, mas as folhas lhe dão altura e porte. Ela cresce devagar e pode durar mais de cem anos. Seu caule é grosso, geralmente solitário e suas flores exalam um perfume forte. As sementes precisam de 3 a 4 anos para germinar e as plantas precisam de 25 anos para dar frutos. Os frutos contêm normalmente quatro sementes. Quando imaturas podem ser bebidas como água de coco e precisam de 7 anos para se solidificarem, tornando-se super-resistentes e de rara beleza. Conhecida como marfim vegetal por suas semelhanças e resistência. Durante a Segunda Guerra Mundial, o Brasil exportava botões de jarina que eram usados nos uniformes nazistas.
Jatobá
Nomes populares: Jatobá, Jataí, Jataí-amarelo, Jataipeba, Farinheira, Jutaí-açú, Imbiúva, Jataúba (são mais de 90)
Nome científico: Hymenaea courbaril L.
Família botânica: Fabáceas
Ocorrência: Norte ao Sudeste
Biomas: Amazônia, Caatinga, Cerrado, Mata Atlântica e Pantanal.
É uma espécie que pode alcançar até 40 metros de altura, mas há registros de que uma tenha atingido 90 metros da Amazônia. Jatobá significa “fruto da casca dura” em tupi-guarani, e “jataí”, seu outro nome popular, que quer dizer “fruto de comer”.
O Jatobá se multiplica com facilidade e é bastante usado para reflorestamentos, parques e jardins. A casca do tronco, ao ser cortada, solta uma resina que serve para envernizar, polir e impermeabilizar. A madeira é usada pelos indígenas para fazer canoas, construções civis, para construção de vigas, tacos e tábuas para assoalho. As flores são polinizadas por morcegos e os frutos são disputados pelos macacos. A polpa do fruto vira uma farinha comestível de grande teor nutricional. No artesanato são usados os frutos, principalmente as sementes, que por serem carnudas, têm pouca resistência ao ataque de bichos.
É considerada sagrada para os povos indígenas, que serviam os frutos antes de rituais de meditação, pois acreditavam que o fruto trazia equilíbrio mental e pesquisas recentes apontam seus benefícios à saúde mental. A madeira do jatobá é uma das mais valiosas entre todas as espécies do mundo.
Jequitibá
Nomes Populares: Cachimbeira, Cachimbo-de-macaco, Jequitibá-vermelho, Jequitibá-rosa, Jequitibá-branco, Jequitibá
Nome científico: Cariniana rubra, Cariniana legalis e Cariniana estrellensis
Família botânica: Lecythidaceae
Ocorrência: Todo território nacional, com predominância no Sudeste.
Biomas: Mata Atlântica, Amazônia, Cerrado, Caatinga, Pantanal e Pampas.
Árvores nativas da Mata Atlântica brasileira. Em língua tupi, significa “gigante da floresta”. Está na lista das maiores árvores brasileiras, assim como os Jatobás, Angelins, e as Sapucaias. Na floresta, a árvore adulta desta espécie é emergente, ou seja, pode ser vista bem acima das demais. Registros atuais anotam jequitibás com sessenta metros de altura. Suas pequenas flores têm um delicioso e adocicado aroma. Existem três tipos de Jequitibás, o que gera confusão a respeito do nome vulgar da espécie, que, dependendo da região do Brasil, pode referir-se a qualquer uma das espécies de Jequitibás.
Lágrima de Nossa Senhora
Nomes populares: Lágrima-de-nossa-senhora, Capim-de-nossa-senhora, Capim-de-contas, Capim-rosário, Capim-miçanga, Lágrimas-de-cristo, Lágrimas-de-são-pedro, Lágima-de-Jó, Capiá
Nome científico: Coix lacryma-jobi L.
Família botânica: Poaceae
Ocorrência: Em quase todo território brasileiro
Biomas: Amazônia, Caatinga, Cerrado e Mata Atlântica
A lágrima-de-nossa-senhora é uma planta que gosta de calor e umidade. É o capim de fácil cultivo e muito resistente. Provavelmente originário da Índia, ele nasce e cresce em quase todas as regiões do Brasil. As sementes, ricas em carboidratos, proteínas, óleos, enzimas e sais minerais, indicam grande variedade de usos medicinais, desde o tratamento de dores, febre, reumatismo. Dizem também que as sementes eliminam as impurezas do corpo, rejuvenescendo a pele.
O formato de gota e a cor acinzentada que vai clareando com o tempo devem justificar o nome lacryma. Já os vários nomes populares têm o forte apelo bíblico, incluindo Nossa Senhora, Cristo, São Pedro e Jó. Na época do Brasil colônia, as pessoas escravizadas usavam as sementes para montar terços visando a proteção de Nossa Senhora do Rosário. Mais tarde, aplicaram as contas em instrumentos musicais, como chocalhos e berimbaus. As sementes eram usadas pelos indígenas brasileiros com certo sentido místico: os guaranis, por exemplo, faziam colares com as contas mais claras para se distinguir de outras etnias e se proteger de doenças e forças negativas.
Leucena
Nomes populares: Leucena
Nome científico: Leucaena leucocephala
Família botânica: Fabaceae
Ocorrência: Norte, Nordeste, Centro-Oeste, Sudeste e Paraná
Biomas: Amazônia, Caatinga, Cerrado e Mata Atlântica
Existem mais de 100 variedades de Leucenas, agrupadas em três tipos: o havaiano, composto por arbustos, que florescem rapidamente e atingem no máximo 5 metros de altura; o salvadorenho, representado por árvores de grande porte, que chegam a 20 metros de altura, cujos troncos grossos são usados na produção de madeira e carvão vegetal; e o peruano, formado por árvores um pouco mais baixas, de até 15 metros, com ramos fartos e folhas.
A Leucena prefere solos férteis e bem drenados de regiões tropicais e subtropicais, mas aguenta bem os períodos não muito longos de seca e de geada, as inundações e até as queimadas. Precisa da luz direta do sol, mas mesmo quando perde as folhas por causa da sombra ou das geadas, rebrota rapidamente.
Ela oferece vários benefícios, rica em proteínas e palatável para os animais. É uma excelente forragem, muito usada na alimentação de rebanhos do Brasil central. Serve também como adubo verde, devido ao nitrogênio que conseguem fixar no solo por meio de suas folhas e dos nós de suas raízes. Nas áreas de pastagem, as árvores mais altas são ideais área propiciar zonas de sombreamento, porque sua folhagem aberta ameniza, mas não veda a luz. As flores da leucina são brancas e redondas e formam cachos de vagens contendo de 15 a 25 sementes marrons e bem brilhantes, com os quais podem ser feitas lindas peças de artesanato.
Morototó
Nomes populares: Morototó, Mandioqueiro, Pau-mandioca, Caixeta, Mucutuba, Marupá, Pau-caixeta, Mandiocão, Matataúba, Pixixica
Nome científico: Didymopanax morototoni ou Schefflera morototoni
Família botânica: Araliaceae
Ocorrência: Em todo território brasileiro
Biomas: Amazônia, Caatinga, Cerrado, Mata Atlântica, Pampa e Pantanal.
A árvore de Morototó se espalha desde o México até a Argentina, ocorrendo, portanto, em todo território brasileiro. Isso acontece por ela ser pouco exigente em relação às condições do solo e se adaptar facilmente a quase todas as formações florestais, embora prefira matas pouco densas. Seu rápido crescimento a torna recomendável para a recomposição de matas degradadas.
Pode atingir até 30 metros de altura, seu tronco é fino, galhos robustos e longos e muitas folhas. Por isso não é raro encontra-lo enfeitando praças públicas e jardins. Os frutos são muito apreciados por diversos animais, e sua madeira, de corte fácil, é empregada em vários produtos de marcenaria, desde portas até brinquedos e cabos de vassouras.
Para o artesanato, o que mais interessa são as sementes, elas têm formato curioso, como um confete assimétrico, e são bem achatas, como botões com menos de milímetro de espessura.
Murici
Nomes populares: Muruci, Murici, Pau-de-rosam Murici-penina, Murici-vermelho, Murici-de-flor-branca, Murici-da-capoeira, Murici-da-mata, Murici-da-serra
Nome científico: Bysonima (basiloba, spicata, lancifolia)
Família botânica: Malpighiaceae
Ocorrência: Em todas as regiões do Brasil, fortemente no Norte e no Nordeste, frequentemente no Centro-Oeste e no Sudeste, raramente no Sul
Biomas: Amazônia, Caatinga, Cerrado, Mata Atlântica, Pantanal e Pampas
No Brasil existem vários tipos de Murucis, como são chamados na região Norte, ou Muricis, no Nordeste e no Centro-Oeste. Todos têm o mesmo nome científico, Brysonima, pertencem a uma mesma família, Malpighiaceae e recebem, conforme suas peculiaridades, diferentes “sobrenomes” científicos. Os muricis vaiam no tamanho das árvores e na cor das flores, dependendo do lugar onde nascem.
Existem muricizeiros com 4 ou 5 metros de altura, outros que chegam a 20 metros. Em todos os casos, a madeira é moderadamente pesada, macia e fácil de trabalhar, mas não muito resistente às intempéries. Por isso, seu uso é indicado nas áreas internas da construção civil e para a fabricação de móveis.
Os frutos do Murici são avidamente disputados por pássaros e outros animais silvestres, além de significarem uma importante fonte de alimento para o homem. De alto teor nutritivo e saborosíssimos, os frutos podem ser consumidos in natura ou usados na culinária.
Olho-de-boi
Nomes populares: Olho-de-boi, Mucunã
Nome científico: Dioclea violácea ou Mucuna pruriens
Família botânica: Fabaceae
Ocorrência: Nordeste, Sudeste, Sul e Mato Grosso do Sul
Biomas: Caatinga, Cerrado, Mata Atlântica e Pampas
Há uma grande variedade de plantas, de diferentes famílias, que têm em comum suas sementes, embora diferentes entre si na espécie, cor ou tamanho, são bojudas, capsulares e meio achatadas. O mais popular é da família das Fabaceae, e tem dois possíveis nomes científicos e atende pelo nome popular de Mucunã. Atribui-se a ele importância medicinal, especialmente nos tratamentos fitoterápicos de combate a doenças como epilepsia e o mal de Parkinson, dizem também que tem efeito calmante.
Seus frutos são grandes, do tipo vagem, recobertos com um pelinho que, raspado, se transforma no famoso pó-de-mico, altamente urticante. Dentro da vagem saem várias sementes, às quais se atribui grande poder místico de proteção contra o mau-olhado, inveja e todo tipo de feitiçaria. São muito utilizados em peças artesanais, desde bijuterias até objetos de decoração.
Orelha de elefante
Nomes populares: Orelha-de-elefante
Nome científico: Enterolobium cyclocarpum
Família botânica: Fabaceae
Ocorrência: Norte e Centro-Oeste
Biomas: Amazônia e Cerrado
A árvore orelha-de-elefante pode atingir até 40 metros e possui copa frondosa e exuberante. Sua fava se assemelha a uma orelha gigante, por isso recebeu esse nome. Cada semente mede até 15 centímetros de largura e cada fava contém entre 10 a 16 sementes. As flores parecem macios pompons brancos e sua madeira é utilizada na produção de papel.
Ouricuri
Nomes populares: Ouricuri, Aricuri, Alicuri, Iricuri, Licuri, Nicuri, Butiá, Butiazeiro, Coco-cabeçudo, Urucuriiba, Urucuri
Nome científico: Syagrus coronata
Família botânica: Arecaceae
Ocorrência: Nordeste
Bioma: Caatinga
Palmeira nativa da Caatinga e de toda a costa leste do Brasil, pode chegar até 10 metros de altura. Seus principais polinizadores são besouros, bicho-do-coco e abelhas sem ferrão. Seus frutos são comestíveis, das suas sementes podem extrair óleo vegetal. Suas fibras são matéria-prima para confecção de chapéus e outros objetos artesanais. Em Alagoas e no Pontal do Coruripe as mulheres sobrevivem do artesanato feito com a palha do Ouricuri
Os frutos são amêndoas e muito utilizados na indústria alimentícia. O tronco tem o miolo mole, o que é possível fazer farinha comestível. No interior de Alagoas, as pessoas utilizam a água do fruto verde como um colírio natural, mas não há comprovação científica.
Paxiubão
Nomes Populares: Paxiúba, paxiúba-barriguda, paxiubão, palmeira-barriguda
Nome científico: Iriartea deltoidea
Família botânica: Arecaceae
Ocorrência: Norte
Bioma: Amazônia
Palmeira que chega a ter entre 15 e 25 metros de altura e cresce principalmente em florestas tropicais úmidas de terra firme. Seu caule tem a forma de uma coluna marcada por uma espécie de barriga na parte superior e é sustentado por raízes aéreas que dão a impressão de que a árvore anda. Por ser resistente, o caule é usado como ripa de parede, assoalho, poste e na confecção de canoas e utensílios. As folhas servem de cobertura de casas rústicas e de matéria-prima para cestaria. Os frutos são bolinhas esverdeadas que contêm apenas uma semente marrom. Quando bem lixadas e polidas, as sementes ficam totalmente bege claro, mas se o beneficiamento for parcial, elas conservam raminhos marrons.
Para a etnia Yanomami é uma espécie importante, utilizada para alimentação, construção e confecção de armas.
Pereio
Nome popular: Pereio
Nome científico: Aspidosperma pyrifolium
Família botânica: Apocynaceae
Ocorrência: Nordeste e norte de Minas Gerais
Bioma: Caatinga
Árvore nativa da Caatinga nordestina pode atingir até 8 metros e sua madeira é muito resistente e durável. O fruto do pereio tem a forma de uma gota achatada, de 5 a 6 centímetros de comprimento, e quando as duas bandas são abertas encontram-se sementes aladas e planas que parecem folhas de papel.
Quando ao seu nome, acredita-se que um estrangeiro que visitou a região do semiárido reconheceu, na folhagem do pereio, semelhança com a folhagem da pereira, árvore que produz a pera, e o nome acabou se incorporando ao costume popular.
Prego Jequitibá
Nomes Populares: Cachimbeira, Cachimbo-de-macaco, Jequitibá-vermelho, Jequitibá-rosa, Jequitibá-branco, Jequitibá
Nome científico: Cariniana rubra, Cariniana legalis e Cariniana estrellensis
Família botânica: Lecythidaceae
Ocorrência: Todo território nacional, com predominância no Sudeste
Biomas: Mata Atlântica, Amazônia, Cerrado, Caatinga, Pantanal e Pampas.
Tampa do jequitibá tem forma de prego.
Sapucaia
Nomes Populares: Marmita-de-macaco, Caçamba-do-mato, Castanha-de-sapucaia, Fruta-sapucaia, Sapucaia-vermelha
Nome científico: Lecythis pisonis
Família botânica: Lecythidaceae
Ocorrência: Nordeste e Sudeste, com predominância nos estados do Espírito Santo e Bahia.
Biomas: Amazônia e Mata Atlântica.
A Sapucaia se origina do tupi, que significa “fruto que faz saltar o olho”, devido ao fato de que ao abrir o opérculo do fruto (estrutura que serve de tampa ou cobertura a uma cavidade ou orifício) o mesmo fica com o formato de um olho. Há que afirme que na verdade a palavra tupi se refere igualmente à galinha (elemento de troca entre índios e portugueses, no início da colonização, que as trocavam pelas sementes do fruto).
Os morcegos Phyllostomus hastatus são os principais responsáveis pela dispersão de sementes.
Seringueira
Nomes populares: Seringueira, Seringa-verdadeira, Cau Chu, Árvore-da-bo9rracha, Seringueira-preta, Seringueira-branca
Nome científico: Hevea brasiliensis
Família botânica: Euphorbiaceae
Ocorrência: Norte, Sudeste, Centro-Oeste, Bahia e Paraná
Biomas: Amazônia, Mata Atlântica e Cerrado.
Os seringais nativos da Amazônia são parte importante da história econômica brasileira. A grande quantidade de seringueiras do Norte do país, das quais se extrai o látex, permitiu que o Brasil se tornasse entre 1879 e 1912, o maior produtor e exportador mundial desta matéria-prima imprescindível para a indústria da época: a borracha.
Das mais de 11 espécies de seringueira do tipo Hevea existentes na Amazônia, a brasiliensis é a que tem a maior capacidade produtiva. A Seringueira precisa de solo fértil na beira do rio ou em terra firma inundável com clima tropical úmido para crescer. Quando os ingleses e holandeses souberam disso, contrabandearam as sementes do Brasil, competindo assim com a comercialização da matéria-prima e desbancando o monopólio da borracha brasileira.
Seu tronco, onde se guarda o precioso látex, dificilmente se transforma em madeira. O fruto é uma capsula grande com três gomos, cada um deles guarda uma semente, elas são amêndoas de forma ovalada e grandinhas, medindo mais de 2 centímetros na linha vertical. Além do óleo usado na indústria de tintas, elas se aplicam no artesanato.
Seru
Nomes Populares: Abacaíba, Castanha-da-serra, Castanheiro-da-serra, ceru, cheru, churu, jequitibá, Ripeiro-cheru
Nome científico: Allantoma lineata
Família botânica: Lecythidaceae
Ocorrência: Norte
Bioma: Amazônia
É uma árvore da família encontrada na Amazônia (no Brasil e na Venezuela), considerado espécie madeireira, moderadamente dura e cerne marrom.
Sete Sangrias
Nomes populares: Ipê-amarelo-flor-de-algodão, Ipê-amarelo, Ipê-amarelo-da-mata, ipê-ovo-de-macaco-, Ipê-pardo, Ipê-tabaco, Ipê-d ‘arco-amarelo, Piúva-amarela, Tamurá-tuíra
Nome científico: Handroanthus serratifolius
Família botânica: Bignoniaceae
Ocorrência: Norte, Nordeste, Centro-Oeste, Sudeste e Paraná
Biomas: Amazônia, Caatinga, Cerrado, Mata Atlântica e Pantanal
É uma árvore de porte médio a grande, podendo atingir até 30 metros de altura. Seu tronco é fissurado, formando finas placas que se soltam em pequenas quantidades. Suas flores são de cor amarelo-dourado e se formam em cachos. As vagens são bipartidas com comprimento entorno de 35 cm, cm coloração marrom-escura, rugosa e sem pêlos, que se abrem soltando sementes. As folhas possuem 5 folíolos e bordas suavemente serrilhadas.
Sua madeira é utilizada para construções civis e navais, além de pontes, postes, tacos de bilhar, bengalas e possuem longa durabilidade. É uma árvore ornamental, extremamente majestosa quando está em floração, sendo ótima para o paisagismo e arborização urbana. A entrecasca é utilizada na medicina caseira e sua vagem quando seca é utilizada no artesanato, também conhecida como sete sangrias devido as
Talo Samambaia
Nomes populares: Samambaia-açú, Xaxim-bugio, Sambambaiaçu
Nome científico: Dicksonia sellowiana
Família botânica: Dicksoniacear
Ocorrência: Sul e Sudeste
Bioma: Mata Atlântica
A samambaia Açú é considerada pré-histórica e pode ser encontrada em abundância em toda Mata Atlântica e pode levar até 100 anos para atingir idade adulta.
O xaxim também é conhecido pelo nome de samambaiaçu, termo originário da língua tupi, que significa “samambaia grande”. O uso excessivo desta planta como xaxim de mudas domésticas levou ao risco de extinção, sendo proibidas a sua exploração e comercialização. Uma alternativa biodegradável para resolver este problema é a utilização da fibra de coco.
Tamboril
Nomes populares: Tamboril, Timbaúva, Orelha-de-macaco, Pau-de-sabão, Timbaíba, Tambaré
Nome científico: Enterolobium contortisiliquum
Família botânica: Fabaceae
Ocorrência: Nordeste, Centro-Oeste, Sudeste e Sul
Biomas: Mata Atlântica, Caatinga, Cerrado e Pampa
Nativa do Brasil, a árvore do Tamboril gosta de sol e de solo fértil, de preferência úmido. Ela cresce rapidamente e dura mais de cem anos, tornando-a ótima para o reflorestamento. Sua copa bem ampla e repleta de folhas oferece uma generosa sombra durante boa parte do ano, exceto no inverno. Pode chegar até 35 metros de altura, de beleza admirável, o que mereceu lugar de destaque no Instituto de Arte Contemporânea e Botânica Inhotim.
A flores que surgem na primavera, aprecem pompons brancos e os frutos são vagens torcidas que têm a forma bem pronunciada de uma orelha de macaco. No início são verdes e, com o tempo, tornam-se pretas. Servem para a fabricação de barcos, brinquedos, compensados e caixotaria. Para o artesanato, entretanto, o que interessa são as orelhas-de-macaco, com seu formato intrigante e divertido.
Tento Carolina
Nomes populares: Tento-carolina, Tento-vermelho, Carolina, Olho-de-dragão
Nome científico: Adenanthera pavonina
Família botânica: Fabaeceae
Ocorrência: Norte, Nordeste, Centro-Oeste, Sudeste e Sul
Biomas: Amazônia, Caatinga, Cerrado, Mata Atlântica, Pampas e Pantanal
O tento é uma árvore de médio porte, mas que pode chegar a 20 metros de altura. Resistente e de rápido crescimento, ela se deu bem no Cerrado e litoral brasileiro. Por sua beleza e pela sombra que oferece é uma planta ornamental, muito indicada para a arborização de ruas e praças.
Uma das características do tento é o seu tronco, cuja casa é lisa e parda. Ele fornece uma madeira compacta com veias onduladas, muito usada em marcenaria de luxo. As flores têm um tom amarelo-pálido e os frutos são vagens torcidas. Na verdade, as favas, quando maduras, se contorcem e explodem espalhando as sementes. Elas, por sua vez, têm formato de minidisco voador, são compactas, pequeninas, divertidas e intensamente vermelhas. De um vermelho tão vivo e atraente que suscitou esse nome popular, tento, de tentação.
Tingui
Nomes populares: Tingui, Tingui-do-cerrado, Tingui-capeta, Cutiê, Mata-peixe, Timbó
Nome científico: Magonia pubescens
Família botânica: Sapindaceae
Ocorrência: Norte, Nordeste, Centro-Oeste e Sudeste
Biomas: Amazônia, Caatinga, Cerrado e Mata Atlântica
Árvore que tem de 5 a 9 metros de altura, exigente quanto à qualidade do solo e ocorre nas áreas mais férteis do Cerrado, de preferência em terrenos altos e bem drenados. É uma planta de caráter ornamental, graças a suas folhas que parecem renda e se aplicam muito bem em praças, ruas e jardins.
Pesada, dura e resistente, a madeira do tingui é usada na confecção de caibros, ripas, esquadrias e batentes. Por outro lado, o Tingui pode servir a uma cauda bastante condenável: a infusão da casca de sua raiz libera uma toxina usada para tinguijar, ou seja, intoxicar e capturar os peixes na hora da pesca. Já as sementes, se prestam para a fabricação caseira de um sabonete que faz muito bem à pele.
Os frutos são lenhosos e capsulares, quando fechados, têm aspecto de cabaças marrons opacas. Aso se abrirem, partem-se em três gomos cujas paredes interiores revelam um tom de cobre avermelhado e brilhante. Essa também é a cor de muitas sementes liberadas pelos frutos, que são achatadas e têm um formato parecido com asa de borboleta. Com os frutos e as sementes do Tingui podem ser feitas peças de artesanato.
Tiririca do brejo
Nomes populares: Tiririca, Junça-de-conta, Junça-aromática, Hamassuguê, Capim-dandá, Cebolinha, Erva-coco
Nome científico: Cyperus rotundus L.
Família botânica: Cyperaceae
Ocorrência: Em todo território brasileiro.
Biomas: Todos
A tiririca é um capim que dá em todos os lugares do mundo, especialmente em áreas tropicais e subtropicais. É considerada uma das principais plantas daninhas que existem. Com capacidade infinita de reprodução e disseminação, a tiririca se caracteriza por ser uma erva daninha muito difícil de controlar ou erradicar. Nas condições brasileiras, ela mede de 15 a 20 cm e tem caule subterrâneo em forma de raiz, ou seja, um rizoma. Apesar de tudo que se fala contra essa erva, os rizomas da tiririca têm propriedades medicinais indicadas no tratamento de infecção urinária, inflamação, dores abdominais, dismenorreia, náuseas e vômitos.
O capim da Tiririca tem sementes em forma de bolinhas, que devem ser furadas quando colhidas. Elas têm vários tons entre branco e o preto e podem se transformar em belos anéis e pulseiras.
Tronco de Jabuticabeira
Nomes populares: Jabuticaba, Jaboticaba, Fruto da jaboticabeira, Jabuticabeira
Nome científico: Plinia cauliflora
Família botânica: Myrtaceae
Ocorrência: Nordeste, Centro-Oeste, Sudeste e Sul
Biomas: Caatinga, Cerrado, Mata Atlântica e Pampa
Árvore frutífera brasileira, nativa da Mata Atlântica. Jabuticaba tem origem tupi e significa “frutas em botão”. Chegam até 10 metros de altura, têm tronco claro, manchado, liso e com até 40 centímetros de diâmetro. As folhas simples têm até 7 cm de comprimento. Florescem na primavera e no verão, produzindo grande quantidade de frutos. As flores e os frutos crescem em aglomerados no tronco e ramos. Seus frutos pequenos, de casca negra e polpa branca se aderem à uma única semente. São consumidas principalmente in natura, ou em uso culinário e medicinal. É uma árvore ornamental e serve para o paisagismo. Sua madeira é resistente e pode ser usada para o preparo de vigas, esteios, dormentes e obras internas.
Tucumã
Nomes Populares: Acaiúra, Tucumã-piririca, Tucumã-do-mato, Tucumã-do-amazonas.
Nome científico: Astrocaryum aculeatum
Família botânica: Arecaceae
Ocorrência: Norte
Bioma: Amazônia
É uma palmeira nativa dos estados do Acre, Amazonas, Pará, Rondônia e Roraima. Os indígenas usam as folhas da palmeira para confeccionar cordas dos arcos, redes para pesca e para dormir.
Da sua madeira dura e resistente são fabricadas muitas coisas, além da utilização do óleo da polpa e da amêndoa. A semente, um caroço duro e preto localizado no centro do fruto é artesanalmente utilizada no preparo de anéis, brincos, pulseiras e colares. Ela é uma fonte energética sustentável para comunidades das regiões onde o tucumã floresce.
Pedras
Calcita Laranja
Nome químico: Carbonato de cálcio
Os lugares onde encontramos a calcita são comuns e bastante distribuídos ao longo da superfície terrestre, peculiares por seu amplo maciço de rochas sedimentares, nas suas ocorrências.
A calcita laranja é uma variante de coloração amarela alaranjada da calcita, ela é um mineral complexo feito de carbonato de cálcio. A cor laranja se deve à alguns elementos que estão presentes apensas na calcita laranja.
É conhecida por ser uma pedra energizante e purificadora. Excelente para equilibrar as emoções e liberar sentimentos de medo e ansiedade.
Ametista
Nome químico: Dióxido de silício
A ametista foi usada como pedra preciosa pelos antigos egípcios e era amplamente empregada na antiguidade por entalhadores. É a variedade mais apreciada do quartzo.
É um mineral amplamente distribuído, mas espécimes bonitos, adequados para o uso como pedra preciosa estão presentes em poucos lugares, no Brasil existe um geodo perto de Santa Cruz do Sul.
É um símbolo de entendimento celeste, do pensamento pioneiro e da ação na filosofia, religião e planos espirituais e materiais. É capaz de limpar energias negativas e ajuda a aumentar a concentração.
Ágata
Nome químico: Dióxido de silício
A Pedra Ágata é uma variedade do quartzo, que já foi muito utilizada como amuleto. Ela é conhecida como a pedra do equilíbrio da aura, por balancear as energias Ying Yang, acalmar as emoções e ainda fortalecer nossa saúde. A Ágata é conhecida por ser uma pedra com variados tipos e cores, cada uma com propriedades e elementos específicos. Além disso, ela representa o planeta Mercúrio, primeiro planeta do Sistema Solar, e é muito utilizada para atrair o amor, proteção, cura e equilíbrio emocional.
Cianita
Fórmula química: Silicato de alumínio
Silicato tipicamente azul, mas também pode ser incolor, verde oú castanho, possuem cristais laminados longos. Usa-se principalmente em produtos refráctários e cerâmicos, incluindo porcelana. É produzida na Suíça, Quênia, Mianmar, Áustria e Brasil.
Estimula a expressão comunicativa, promove a serenidade e facilita a viagem astral.
Citrino
Nome químico: Dióxido de silício
É uma variação do quartzo, basicamente um quartzo com impurezas férricas. O Brasil e a Escócia são os maiores produtores de citrino. Boa para desintoxicar o intestino, amplia o pensamento, pode ser utilizada na meditação e eliminar formas tóxicas do pensamento.
Quartzo verde
Nome químico: Dióxido de silício
O Quartzo verde ou Aventurina é considerado a pedra da cura pelas propriedades calmantes e desintoxicastes de sua cor. Ele é capaz de acalmar o corpo, mente e coração, aumentando nossa paciência, favorecendo o equilíbrio emocional, sensação de bem-estar e também o sono.
Origem Animal:
Chifre de boi
Descarte de abatedouro do gado-bovino-doméstico. Mamífero ungulado que apresenta dois dígitos em cada membro. O macho da espécie recebe o nome de boi, ou touro, enquanto que a fêmea é conhecida por vaca e o animal jovem por bezerro, e depois novilho.
Couro de boi
Insumos de fábrica de couro do gado-bovino-doméstico. Mamífero ungulado que apresenta dois dígitos em cada membro. O macho da espécie recebe o nome de boi, ou touro, enquanto que a fêmea é conhecida por vaca e o animal jovem por bezerro, e depois novilho.
Cupinzeiro
Aglomerado de terra e outros resíduos, edificado pelos cupins, que são grandes construtores do mundo dos insetos, há registros de enormes cupinzeiros de espécie africana que chegaram a medir 8 metros de altura. Suas paredes são feitas de partículas de solo retiradas pelos pequenos animais operários e misturadas à saliva para formar uma substância dura, semelhante ao tijolo. O alicerce no ninho consiste de um labirinto de passagens, dando acesso a diversas camadas.
Dentes de tubarão
Dentes de tubarão fossilizados coletados por Klaus Schneider na praia de Cadzand, Holanda. Esta região costeira, chamada Zeeland, não tem mudado geologicamente nos últimos milhares de anos e os fósseis vêm sendo trazidos e expostos pela maré. Trata-se de dentes fossilizados que têm entre 20 e 200 milhões de anos!
Escama de peixe
Pele “escama” de diversos peixes da fauna brasileira, processada de forma sustentável por comunidades de pescadores em todas as regiões do Brasil.
Espinho do Porco-espinho
Espinho pertencente ao porco-espinho, mamífero roedor que apresenta o corpo recoberto por estruturas pontiagudas. Diversas espécies desse animal são vistas na fauna brasileira.
Pena de pavão
Pena pertencente a ave pavão, nome comum dado para três espécies de aves dos gêneros Pavo e Afropavo que estão dentro da tribo Pavonini da família Phasianidae (que inclue também galos, faisões, entre outros).
